INVERSÃO DOS SINAIS EM COMPOSTOS MORFOLÓGICOS DA LIBRAS UTILIZADA PELA COMUNIDADE SURDA DE MACAPÁ - AP: UMA ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA
Comunidade surda. Libras. Inversão de sinais. Compostos morfológicos. Sociolinguística.
Este estudo objetivou investigar um fenômeno morfológico específico na Libras, na
comunidade surda de Macapá, Amapá: a inversão de sinais em estruturas morfológicas
compostas. Empregando a abordagem teórica da sociolinguística variacionista, a
pesquisa aspira a: investigar os padrões linguísticos de inversão de sinais em compostos
morfológicos da Libras, à luz da sociolinguística variacionista, utilizada pela
comunidade surda de Macapá - AP; identificar os padrões de inversão de sinais em
compostos morfológicos entre surdos de diferentes idades, escolaridades e gêneros;
descrever os padrões linguísticos dessa peculiaridade morfológica; e analisar o
fenômeno da inversão de sinais em compostos morfológicos a partir da perspectiva da
sociolinguística variacionista. O projeto está ancorado em um robusto arcabouço teórico
que congrega contribuições significativas na área da linguística dos sinais, incluindo
Quadros (2004), Felipe (2006), Figueiredo Silva e Sell (2009), Xavier e Barbosa (2013),
Napoli (2018), Rodero-Takahira (2012, 2015, 2020); e teóricos da sociolinguística e
sociolinguística variacionista, como Calvet (2002), Luckesi (2012), Labov (2008), Paiva
(2019) e Fernandes (2023). O estudo se propõe a responder às seguintes questões: 1)
Como se manifesta a inversão de sinais em compostos morfológicos na língua de sinais
da comunidade surda de Macapá? 2) Quais fatores, sejam eles linguísticos ou
socioculturais, influenciam a ocorrência deste fenômeno? 3) Existe correlação entre a
inversão dos sinais e variáveis extralinguísticas? A complexidade deste fenômeno em
Libras é tal que ele é influenciado não apenas por aspectos linguísticos intrínsecos,
como a morfologia dos sinais, mas também por fatores sociais e contextos
comunicativos, conforme delineado por Labov (2001). Os dados revelaram que 76,7%
dos sinais compostos são usados em sua forma padrão, enquanto 17,5% apresentam
inversões, indicando uma influência de fatores sociais e regionais. Adultos entre 30 e 49
anos usam mais sinais sem inversão, enquanto jovens e idosos mostram maior
flexibilidade. Homens com ensino superior apresentam maior frequência de uso de
ordem fixa, enquanto jovens com ensino superior tendem a inovar.