ESCREVIVÊNCIA E COTIDIANO QUILOMBOLA NO ESPAÇO CULTURAL TIA CHIQUINHA NO QUILOMBO DO CRIA-Ú AMAPÁ
Território Quilombola do Cria-ú; Escrevivência; Autoetnografia; Afrocentricidade; Memória; Identidade; Oralidade; Educação Cultural Comunitária; Espaço Cultural Tia Chiquinha; Pedagogia do Batuque e Marabaixo.
A presente dissertação tem como título “Escrevivência e cotidiano quilombola no Espaço Cultural Tia Chiquinha no Quilombo do Cria-ú no Amapá”, o qual faz parte da minha trajetória de vida enquanto mulher negra, pedagoga, quilombola e educadora cultural comunitária atuante nesse território. A pesquisa tem como problema “Quais e como utilizar princípios civilizatórios africanos e afro-brasileiros nas atividades pedagógicas desenvolvidas no espaço cultural comunitário Tia Chiquinha, no Quilombo do Cria-ú-Amapá?”, e apresenta como objetivos conhecer e utilizar valores civilizatórios africanos e afro-brasileiros na prática pedagógica na perspectiva da educação cultural, comunitária e antirracista no espaço cultural Tia Chiquinha, localizado no Quilombo do Cria-ú-Amapá, além de priorizara narrativa autobiográfica (escrevivência), a minha como autora e pesquisadora e do público que frequenta o espaço cultural Tia Chiquinha; Configurar as atividades pedagógicas e culturais que são oferecidas para escolas, estudantes e sociedade em geral no Espaço Cultural Tia Chiquinha; Analisar qual é a contribuição de tais atividades pedagógicas e culturais para a formação na perspectiva antirracista do público visitante do local; e construirpercursos de ensinagem à luz de vivências e experiência(ção) cultural a partir da minha experiência de vida e comunitária como mulher preta, quilombola e pedagoga. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem autoetnográfica e afrocentrada, que valoriza a minha experiência de vida como pesquisadora e fonte legítima de conhecimento, reconhecendo a centralidade em Território Quilombola do Cria-ú; escrevivência, afrocentricidade, memória, identidade, oralidade, educação cultural comunitária, espaço cultural Tia Chiquinha. A metodologia apoia-se na escuta, na observação participante e na escrita de si como prática de escrevivência (Evaristo, 2005), com o objetivo de construir saberes a partir da comunidade e para ela. Como resultados buscar-se-á verificar no Espaço Cultural Tia Chiquinha, importante território de formação identitária, quais princípios civilizatórios africanos são utilizados em suas práticas pedagógicas e de que forma eles colaboram para a valorização da memória (individual e coletiva), bem como para o fortalecimento da identidade cultural desta comunidade, para o combate ao racismo em espaços escolares e comunitários, localizados dentro e fora do território quilombola do Cria-ú.