EDUCAÇÃO NA PÓS-PANDEMIA DE COVID-19: A ludicidade como processo mediador na alfabetização de crianças na Amazônia Amapaense
Alfabetização, Ludicidade, Mediação, Amazônia Amapaense, Pós-Pandemia.
A pesquisa concentra-se na análise da educação no contexto pós-pandêmico de COVID19, com um foco específico na ludicidade como elemento mediador no processo de alfabetização de crianças na região da Amazônia amapaense. O objeto de pesquisa é a ludicidade utilizada como estratégia e metodologia de ensino e aprendizagem no processo de alfabetização. A partir disso, este estudo se propôs a responder quais as contribuições lúdicas que envolveram as estratégias e metodologias adotadas pelo professor para mediar o processo de alfabetização dos alunos de sua turma, oriundos do ensino remoto emergencial, e reinseridos no ensino presencial em 2023? Afim de responder tal questionamento, o objetivo geral da pesquisa é compreender a utilização da ludicidade como estratégia e metodologia de aprendizagem que medeiam o processo de alfabetização dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, e os objetivos específicos incluem identificar as formas de mediação utilizada pelo professor para diagnosticar o processo de ensino e aprendizagem na alfabetização dos alunos oriundos do ensino remoto durante a pandemia; averiguar a utilização de práticas lúdicas como estratégia e metodologia de aprendizagem no processo de alfabetização dos alunos após o ensino remoto, e entender como as práticas lúdicas contribuem para o processo de alfabetização dos alunos após o ensino remoto, no sentido de avaliar o avanço na aprendizagem das crianças. A abordagem metodológica adotada é de cunho qualitativo, utilizando o estudo de caso etnográfico como investigação de pesquisa. Essa abordagem permite uma compreensão aprofundada do fenômeno estudado, levando em consideração o contexto específico de uma Escola pública, localizada no Bairro Perpétuo Socorro em Macapá, na Amazônia Amapaense, a qual foi locus da pesquisa de campo. Os procedimentos metodológicos envolveram a coleta de dados por meio de observação participante, pesquisa documental e diário de campo. Os colaboradores da pesquisa de campo foram o professor e vinte e três alunos ao longo do 2º ano do Ensino Fundamental, em 2023. A análise dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo, conforme proposta por Bardin (2015), permitindo uma leitura crítica e reflexiva sobre as práticas observadas e os resultados obtidos. Os resultados revelaram que a ludicidade não apenas promoveu um ambiente de aprendizagem mais acolhedor e interativo, mas também facilitou a superação dos desafios impostos pelo ensino remoto. A etnografia registrou que os jogos, brincadeiras e atividades lúdicas adaptadas ao contexto cultural e social da Amazônia demonstraram ser eficazes na recuperação dos déficits educacionais e na promoção de uma alfabetização mais significativa. A pesquisa destaca, ainda, a importância da mediação do professor como facilitador de aprendizagens contextualizadas e da valorização das vivências culturais dos alunos. Conclui-se que práticas pedagógicas lúdicas são essenciais para construir um processo de alfabetização inclusivo e participativo, que respeite as singularidades regionais e fortaleça a construção de identidades culturais. A dissertação aponta para a necessidade de políticas públicas que integrem a ludicidade como elemento central no planejamento educacional, contribuindo para uma educação que vá além do ensino técnico e se torne uma ferramenta de transformação social.