O ENRIQUECIMENTO CURRICULAR PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: Uma Proposta de Guia Didático sob o enfoque das feiras de ciências
Altas habilidades/superdotação, Enriquecimento curricular, Feiras de ciências.
Esta dissertação tem como objetivo central analisar o enriquecimento curricular para alunos com características de altas habilidades/superdotação (AH/SD), com ênfase na participação em feiras de ciências como estratégia de valorização e desenvolvimento de seus talentos. Os objetivos específicos foram: identificar mitos e verdades sobre AH/SD por meio de revisão de literatura; descrever as etapas necessárias para a identificação de alunos superdotados e seu acesso a redes de apoio; e propor estratégias pedagógicas de enriquecimento curricular voltadas à organização de projetos científicos no ambiente escolar. A fundamentação teórica baseou-se em autores que são referência na área, como Renzulli (2004), com o Modelo dos Três Anéis, que destaca criatividade, envolvimento com a tarefa e habilidade acima da média como elementos centrais da superdotação; Gagné (2005), que aborda o enriquecimento como catalisador do talento; além de estudiosos brasileiros como Alencar e Fleith (2001), Virgolim (2007, 2014), Pérez (2008), Sabatella (2023) e Freitas e Pérez (2010), que discutem a importância da formação docente, da visibilidade e das políticas públicas inclusivas. A pesquisa possui abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais atuantes no Centro de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação do Amapá (CAAH/S-AP). A análise dos dados seguiu a técnica de análise de conteúdo, permitindo identificar categorias como práticas de identificação, estratégias de enriquecimento e impacto das feiras de ciências no desenvolvimento dos alunos. Os resultados revelaram que as feiras de ciências funcionam como espaços de expressão da criatividade e do protagonismo estudantil, contribuindo significativamente para a autoestima e motivação dos alunos com AH/SD. Também se constatou que a formação docente ainda é limitada no que se refere ao reconhecimento e atendimento adequado desses estudantes. Como contribuição, o estudo propõe um guia didático destinado a professores, com sugestões práticas para implementação de projetos científicos que favoreçam o enriquecimento curricular de alunos superdotados. Conclui-se que, embora haja avanços institucionais no atendimento às AH/SD, ainda persistem desafios relacionados à formação docente, à articulação entre escola e centros especializados e à superação de mitos sobre a superdotação. Sugere-se o aprofundamento de pesquisas em contextos variados, bem como o fortalecimento de políticas de apoio, visibilidade e valorização dos talentos de alunos com altas habilidades/superdotação no âmbito escolar.