A PRESENÇA DA MULHER NA PESCA A MONTANTE DA HIDRELÉTRICA CACHOEIRA CALDEIRÃO (2013-2019)
Mulheres Pescadoras. Atingidas por barragens. Empreendimento Hidrelétrico. Rio Araguari
A Amazônia, dentre muitas características, é celebre pela predominância hidrográfica de seu território, e o estado do Amapá faz parte deste cenário e tem entre seus rios importantes o Rio Araguari, que se destaca como o mais importante curso d´água do Amapá na geração de energia, pois existem três Hidrelétricas em seu percurso. Essas usinas abrangem os municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes, sendo a Usina Hidrelétrica Cachoeira Caldeirão (UHECC) uma delas. Nesse cenário, entre rio e empreendimento hidrelétrico, estão as mulheres pescadoras que utilizam o rio como ambiente de trabalho, mas, são impactadas pelo empreendimento. Portanto, esta pesquisa se propõe a analisar os impactos ocasionados pela UHECC na vida das mulheres pescadoras no médio Rio Araguari, no que diz respeito à parte montante desse empreendimento, abrangendo espacialmente a área rural dos municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes. O marco temporal inicia em 2013, ano em que começa a construção da barragem e vai até 2019, que considero como um ano marcante de luta dessas mulheres no Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), abordando, assim, a forma de resistência da luta através do envolvimento dessas mulheres no movimento social. Com base em documentos oficiais, jornais, blog, fotografias, teses, dissertações, livros e revistas foi descrito o arcabouço teórico-metodológico que discute a natureza e o trabalho no contexto da pesca na Amazônia. Portanto, a análise da questão apresentada traz a temática ligada a áreas da História, Geografia e a Antropologia, dentre outras, devido o foco histórico, ambiental e social-cultural do objeto de estudo desta pesquisa.