O FRAME CONTRA O “CALE-SE” DE MULHERES: uma proposta de guia visual a partir da intersecção entre o cinema e a História para o ensino
da Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964 a 1985)
Mulheres. Sequência didática. Frame. Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985). Cinema e Ensino de História
A presente pesquisa discute os fundamentos conceituais e metodológicos do frame como
recurso didático-pedagógico para problematizar a participação feminina no ensino de história sobre Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985). O produto da pesquisa composto por uma proposta de sequência didática e frame como recurso didático, surge para promover o
enfrentamento de silenciamento de vozes femininas nos livros didáticos que persistem em promover sub-representação de mulheres nesses espaços de memória que são frequentemente sitiadas por figuras masculinas. Ademais, o frame especificamente atua diretamente nas lacunas das narrativas didáticas tradicionais que reduzem as mulheres ao papel de vítimas ou
coadjuvantes, perpetuando uma visão unidimensional da sociedade. Provocando inquietações sobre exclusões sistemáticas de personagens nos livros didáticos, os discentes são estimulados a debater e questionar narrativas didáticas hegemônicas que minimizam a relevância da
participação feminina nos processos históricos do Brasil, concomitante a isso, o produto age criticamente para evidenciar as multifacetadas atuações femininas como agentes políticos,
culturais e sociais que protagonizaram frentes de embates para o reestabelecimento da democracia no país. A possibilidade inicial de uso do frame é alinhada à turma da 3ª série do
Ensino Médio no ensino sobre o objeto de conhecimento Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985). No entanto, pode ser direcionada ao 9º ano do Ensino Fundamental 2 – Séries Finais, por comungar desta diretriz conteudista em seu currículo. Revisitar as narrativas
didáticas sobre o período de exceção por meio do frame ajuda a revelar e valorizar a atuação
histórica das mulheres em todas as suas dimensões sociais. Reconhecer esse protagonismo é reafirmar que a luta pela memória, verdade e justiça é, também, uma luta pela inclusão e pela valorização de todas as vozes que contribuíram para o processo permanente de (re)
democratização do país.