ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E FREQUENCIA DE POLIMORFISMOS NO GENE CYP2D6 NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO CURIAÚ
Hipertensão; Quilombolas; Pressão Arterial; Prevalência.
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um problema de saúde pública mundial de alta prevalência, atingindo 36 milhões de indivíduos adultos no Brasil e podendo ser a principal causa de morte por complicações cardiovasculares. No tratamento farmacológico destacam-se os betabloqueadores, que são frequentemente utilizados como terapia para o tratamento de hipertensão, e são metabolizados pela isoenzima 2D6 do citocromo P450. Objetivo: Investigar os aspectos epidemiológicos e a variabilidade do gene CYP2D6 na comunidade quilombola do Curiaú, bem como verificar a sua associação com a HAS. Material e Métodos: Os dados epidemiológicos foram coletados através de dois questionários estruturados com perguntas fechadas aplicados a 71 voluntários, dos quais 57 aceitaram doar seu material genético. As amostras foram coletadas por meio de swab oral, onde o DNA foi extraído utilizando o método de Sambrook e Russell (2001) adaptado. Foi realizada PCR convencional por meio de dois pares de iniciadores para duas regiões diferentes do gene, e após realizada a purificação dos fragmentos para posterior sequenciamento pelo método de Sanger com o ABI PRISM 3500 (Life Technologies). Os dados epidemiológicos e do sequenciamento
foram tabulados no programa Excel, e utilizou-se o programa Bioestast 5.0 para determinar a média de idade e coeficiente de variação, e para comparar as frequências genotípica e alélica através do teste Qui-Quadrado (χ2). Resultados: A média de idade de foi de 49,01 anos (coeficiente de variação – CF: 36,5%), sendo 64,5% (n=46) do sexo feminino e 35,2 % (n=25) do sexo masculino. As frequências genotípicas para o grupo de indivíduos diagnosticados com HAS e para os normotensos foram de 26% (TT) e 58% (CT) e 30% (TT) e 50% (CT) (p=0,750) para a variante rs16947; de 0% (AA) e 11% (GA) e 2% (AA) e 5% (GA) (p=0,603) para a variante rs3892097; de 37% (CC) e 47% (GC) e 53% (CC) e 37% (GC) (p=0,521) para a variante rs1058164; respectivamente. Conclusão: Foi observada elevada prevalência de HAS na comunidade quilombola do Curiaú. Entre os polimorfismos estudados, o rs1058164 apresentou a maior frequência alélica entre os grupos com e sem diagnóstico; o polimorfismo rs3892097 foi o que obteve uma menor frequência alélica entre os dois grupos. Não houve relação dos SNPs com o desenvolvimento de HAS.