SÍNTESE QUIMIOENZIMÁTICA DE ÉSTERES GRAXOS HIDROXIL DERIVADOS DO ÁCIDO KÓJICO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL LEISHMANICIDA
Ácido Kójico (AK); ésteres graxos hidroxil (AGH); Citotoxicidade; Atividade Leishmanicida.
O ácido kójico (AK) é uma substância de ocorrência natural frequentemente empregado nas indústrias alimentícia e cosmética, de modo que nos últimos anos o crescente aumento do interesse médico culminou no relato de propriedades antifúngica, antibacteriana, antitumoral e antileucêmica dentre outras. Mais recentemente, estudos revelaram seu potencial como estimulador de atividade fagocitária e efetividade in vitro e in vivo contra a espécia L. (L) amazonensis, uma das mais de 20 espécies de protozoários pertencentes a família
Trypanossomidae responsável por causar as leishmanioses, uma das 5 doenças infectoparasitárias endêmicas de grande relevância devido se tratar de uma doença negligenciada e seu tratamento ser longo, caro e com drogas usualmente tóxicas. Dessa maneira, buscando otimizar o processo reacional e obter substâncias com maior potencial de atividade terapêutica, este trabalho almeja sintetizar ésteres graxos hidroxil derivados do ácido kójico por síntese quimioenzimática e realizar testes in vitro de toxicidade e de atividade leishmanicida. Inicialmente será realizado uma triagem enzimática, onde quatro lipases (CAL-B, Amano Lipase pseudomonas fluorescens, Porcine pâncreas e Lipase hog pâncreas) serão testadas individualmente em reação com o ácido kójico (2,0 equiv) e o ácido butírico (2,0 equiv) sob agitação (500 rpm) por 48h a 60oC. Após selecionar a enzima com os melhores resultados para a síntese, a lipase escolhida será utilizada sob as mesmas condições reacionais descritas, variando-se apenas o ácido graxo empregado (oleico, palmítico e dodecanoico). As reações
serão monitoradas por cromatografia em camada delgada (CCD) e os compostos serão quantificados e identificados por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM) e caracterizados porsuas características físicas como ponto de fusão (quando couber), bem como Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C e Infravermelho (IV). Serão ainda realizados testes in vitro de viabilidade celular com o ensaio de MTT afim de avaliar a citotoxicidade e avaliação de atividade leishmanicida com ensaio antipromastigota. Dessa maneira, pretende-se com este trabalho desenvolver novas substâncias que apresentem atoxicidade, eficácia contra as formas promastigotas de Leishmania (L.) amazonensis e cuja síntese seja de maior viabilidade, apoiando assim estudos posteriores com enfoque, por exemplo, na possibilidade de utilização na prática clínica, bem como reflita diretamente nos
custos de tratamento.