Avaliação do potencial anticonvulsivante e neuroprotetor das espécies de microalgas Chlorella vulgaris, Scenedesmus ecornis e Limnospira platensis
Epilepsia; antioxidantes; alimentos funcionais.
Introdução: A epilepsia consiste em um transtorno neurológico comum que afeta aproximadamente 50 milhões de pessoas mundialmente. Este distúrbio neuronal crônico altera a atividade cerebral normal, diferenciada através de crises epilépticas recorrentes não provocadas. Os mecanismos fisiopatológios da epilepsia podem estar relacionados ao desequilíbrio entre neurotransmissores excitatórios e inibitórios, bem como ao estresse oxidativo. Nesse sentido, antioxidantes vem sendo investigados, principalmente os de origem natural, bem como os alimentos funcionais. Uma fonte promissora desses compostos bioativos são as microalgas, e dentre as espécies seguras para o consumo humano, tem-se Chlorella vulgaris, Scenedesmus ecornis e Limnospira platensis, fontes de antioxidantes como os polifenóis, flavonoides e carotenoides, que demonstram potencial de aplicação contra doenças que afetam o sistema nervoso central. Objetivo: Dessa forma, o objetivo deste trabalho consiste em analisar o potencial anticonvulsivante e neuroprotetor das espécies de microalgas Chlorella vulgaris, Scenedesmus ecornis e Limnospira platensis. Material e Métodos: Determinaram-se fenólicos totais, flavonoides e carotenoides, além da atividade antioxidante (ABTS e DPPH, IC50). Em modelo murino de convulsão por pentilenotetrazol (PTZ), camundongos receberam as biomassas integrais (v.o) e foram comparados ao controle (PBS, v.o) e diazepam (i.p.). As análises comportamentais consistiram em latência para crises mioclônicas e tônico-clônicas e duração das crises tônico-clônicas. A avaliação bioquímica consistiu na dosagem de TBARS (peroxidação lipídica) e nitrito no córtex cerebral dos animais. Resultados e discussão: As três biomassas apresentaram atividade antioxidante in vitro. In vivo, aumentaram as latências, reduziram a duração das crises e diminuíram TBARS e nitrito versus controle, com efeitos muitas vezes comparáveis ao fármaco de referência. Observou-se convergência entre maior capacidade
antioxidante (menor IC50) e melhor desempenho anticonvulsivante. Os achados sustentam um mecanismo antioxidante multicomponente, compatível com sinergismo entre fenóis, flavonoides e carotenoides típico de matrizes alimentares funcionais. Conclusões: As biomassas de C. vulgaris, S. ecornis e L. platensis administradas por via oral exibem atividade anticonvulsivante e neuroprotetora, apoiando seu emprego adjuvante e reforçando seu potencial como alimento funcional.