Efeito protetor do extrato hidroetanólico padronizado do açaí (Euterpe oleraceae Mart.) na indução do tumor de Walker 256 em cérvice uterina de ratas Wistar.
Câncer, útero, açaí, Euterpe oleraceae, quimioprevenção.
Introdução: O câncer é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que podem invadir diversos tecidos, sendo uma das principais causas de morte no mundo. O dano oxidativo é uns dos principais promotores da carcinogênese. Diversos problemas na terapia do câncer, como baixa efetividade, toxicidade e desenvolvimento de resistência ao tratamento impulsiona a busca por novos fármacos. Nesse contexto, destacam-se os agentes quimiopreventivos que são fitoquímicos com alta capacidade antioxidante. Euterpe oleracea Martius (açaí) é uma palmeira tropical, com frutos amplamente investigados por sua composição química, na qual as antocianinas são os polifenóis mais abundantes e mais biologicamente ativos. Objetivo: Investigar o efeito quimiopreventivo do Extrato Hidroetanólico Padronizado de E. oleracea Mart. (EHPEo) no crescimento tumoral de Walker 256 (W256) em cérvice uterina de ratas Wistar. Metodologia: O extrato foi obtido a partir de um planejamento multifatorial visando à obtenção de maior concentração de antocianinas. A caracterização química foi realizada utilizando FTIR, CLAE-UV e CLAE-ESI-MSn. O tratamento quimiopreventivo foi administrado no 5 grupos experimentais: Controle Negativo (0,5 mL de água destilada/70 dias), Controle Positivo (N-Acetilcisteína 300mg/Kg/70 dias), Tratado I (EHPEo 150mg/Kg/70 dias), Tratado II(EHPEo 300mg/Kg/70 dias) e Tratado III (EHPEo 300mg/Kg/82 dias). As células W256 foram inoculadas no canal vaginal das ratas e, avaliadas por citologia e histopatologia. Resultados: A análise fitoquímica revelou a presença de cianidina 3-glicosídeo e cianidina 3-rutinosídeo, que são as antocianinas mais abundantemente encontradas em E. oleracea. O índice de pega tumoral foi de 100%, com menor crescimento tumoral na concentração de 300 mg/Kg do EHPEo. Os critérios citomorfológicos de malignidade, pleomorfismo celular e hipercromasia, foram mais evidentes no Controle Negativo. A análise histopatológica revelou menor celularidade tumoral na concentração de 300 mg/Kg. Conclusão: Portanto, conclui-se que o EHPEo teve capacidade quimiopreventiva na dose de 300 mg/Kg.