EFEITO DO ÁLCOOL PERÍLICO SOBRE CONVULSÕES EPILEPTIFORMES INDUZIDAS POR PENTILENOTETRAZOL EM ZEBRAFISH (Danio rerio)
Epilepsia, convulsão, neurofarmacologia, neurociências, bioinformática
Introdução: A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, acometendo em torno de 1% da população mundial. Embora uma gama de medicamentos anticonvulsivantes esteja disponível, aproximadamente um terço dos pacientes não respondem adequadamente aos medicamentos atuais. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do Álcool Perílico (AP) sobre convulsões epilépticas in vivo e in silico. Materiais e Métodos: A convulsão foi induzida por pentilenotetrazol (PTZ, 170 mg/kg, i.p.) em zebrafish
adulto, e o anticonvulsivante controle usado foi Diazepam (DZP, 2 mg/kg, p.o.); o AP foi testado nas doses de 10, 50 e 100 mg/kg (p.o.). Para mensurar a convulsão, foram avaliados manualmente comportamentos tipicamente convulsivos, e então, com o auxílio de um software de rastreamento animal (Toxtrac v2.90), os parâmetros motores foram analisados. Por fim, foram executados estudos in silico para elucidar um possível mecanismo de ação envolvido na atividade do AP (structure-based prediction e docking). Resultados e
Discussão: Os resultados mostram que o PTZ induziu o comportamento convulsivo em todos os animais do grupo controle negativo (n = 10), começando com episódios de hiperlocomoção, convulsão propriamente dita e então perda de postura e imobilidade. O DZP inibiu a ocorrência de convulsão em todos os animais do grupo. O AP inibiu a ocorrência de convulsão de forma dose-dependente, com frequências de 90%, 70% e 40% para os grupos tratados com 10, 50 e 100 mg/kg, respectivamente. O tratamento com AP também diminuiu a
frequência e o tempo de perda de postura, a frequência e o tempo de imobilidade induzida por convulsão, o tempo de convulsão, o número de nados em círculo/espiral, e atenuou o déficit motor causado pelas convulsões. A diferença do grupo tratado com a maior dose de AP foi estatisticamente diferente do grupo controle negativo para todos os parâmetros convulsivos avaliados (p < 0,05; Kruskal-wallis). A análise in silico sugere envolvimento do sistema GABAérgico na atividade anticonvulsivante do AP, com predição de inibição da enzima
GABA-AT. Conclusão: Em suma, os resultados sugerem um potencial anticonvulsivante no AP tanto in vivo quanto in silico