A biotransformação do lapachol a partir de fungos endolíticos isolados de Euterpe oleracea Mart. e avaliação de sua toxicidade.
Neoplasia; Biotransformação; Euterpe oleracea; Lapachol; Fungos endolíticos.
Em razão do câncer ser uma patologia recorrente na atualidade, torna-se necessário realizar estudos para desenvolvimento de métodos que venham oferecer a cura ou um tratamento menos agressivo ao paciente. Os produtos naturais e modificações químicas de substâncias antitumorais estão entre as estratégias mais importantes utilizadas na busca por novos medicamentos anticancerígenos. O lapachol, pode ser isolado da planta Ipê Roxo, foi bastante utilizado na década de sessenta, como um antineoplásico promissor. Entretanto, sua dose terapêutica necessária, apresentava alta toxicidade ao organismo humano, passando a ter seu uso proibido pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Sendo assim, a redução de sua toxicidade para uso terapêutico, sobretudo para o câncer, seria um tratamento de grande relevância, uma vez que o lapachol tem a capacidade de inibir a enzima DNA topoisomerase, uma enzima que desempenha importante papel nos processos de replicação e empacotamento de DNA. A inibição desta enzima acarretaria uma morte programada das células tumorais, vindo a ser eficaz no tratamento oncológico. O objetivo desta dissertação é realizar a biotransformação da molécula do lapachol utilizando fungos isolados do açaí, com a finalidade de obter moléculas de menor toxicidade e maior atividade em comparação ao lapachol. Para realização deste estudo serão utilizados os laboratórios de Biocatálise e Biotransformação em Química Orgânica, Laboratório de Pesquisa em Fármacos, ambos localizados na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e auxiliado pelo Laboratório de Química Orgânica e Biocatálise, do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP). Contará como etapas deste projeto o cultivo dos microrganismos em meio de cultura malte 2% (sólido e líquido) isolados do fruto do açaí, para biotransformação do lapachol que será adquirido da Sigma-Aldrich®, teor de pureza 98,0%. Após a biotransformação as novas moléculas obtidas serão caracterizadas e posteriormente realizado estudo in vivo com modelo Danio rerio para estudo de toxicidade. Com este trabalho, espera-se obter moléculas obtidas tenham efeito tóxico reduzido ou nulo comparado ao grupo controle, o lapachol. Com resultados positivos este trabalho poderá apresentar um novo composto a ser estudado para futuros testes de atividade antitumoral.