DIABETES TIPO 2 E QUALIDADE DE VIDA: UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS PSICOEMOCIONAIS E BIOQUÍMICOS
Palavras-chave: controle glicêmico; estresse psicológico; qualidade de vida.
O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma condição crônica de elevada prevalência global,
com expressivo impacto sobre a saúde pública e os sistemas econômicos. Caracteriza-se por
uma disfunção metabólica decorrente da secreção insuficiente de insulina e/ou resistência
periférica à sua ação. Fatores relacionados ao estilo de vida, como alimentação inadequada,
sedentarismo e, de forma mais abrangente, o estresse, têm sido associados ao
desenvolvimento e agravamento do DM2. A interação disfuncional entre esses fatores
contribui para alterações nos mecanismos fisiológicos e repercussões negativas na qualidade
de vida das pessoas acometidas. Diante disso, este estudo teve como objetivo analisar os
aspectos psicoemocionais e sua relação com indicadores bioquímicos na qualidade de vida
em pessoas com DM2 atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS). Participaram da
pesquisa pessoas diagnosticadas com DM2, atendidas na Unidade Básica de Saúde da
Universidade Federal do Amapá. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem
quantitativa, no qual foram avaliados os níveis de estresse e qualidade de vida por meio dos
instrumentos Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse (EADS-21), Questionário sobre
Qualidade de Vida no Diabetes (D-39) e Escala de Estresse no Diabetes (DDS-17),
respectivamente. Foram também mensurados os parâmetros bioquímicos de hemoglobina
glicada (HbA1c), glicemia de jejum, triglicerídeos e cortisol. Observou-se predominância do
sexo feminino, com idade superior a 60 anos, majoritariamente aposentados, usuários
exclusivos do SUS e com hipertensão arterial sistêmica como comorbidade mais frequente.
Em relação ao EADS-21, a maioria dos participantes apresentou níveis normais de depressão,
ansiedade e estresse. No entanto, os resultados do D-39 indicaram elevado impacto do DM2
sobre a qualidade de vida, com destaque para os domínios de controle da doença e
ansiedade/preocupação com o estado de saúde. O DDS-17 revelou maior comprometimento
nos domínios de carga emocional e angústia relacionada à dieta. Quanto aos parâmetros
bioquímicos, os níveis de cortisol apresentaram-se dentro da normalidade, enquanto as
médias da glicemia de jejum (186 mg/dL), da HbA1c (8,41%) e dos triglicerídeos (169
mg/dL) estiveram acima dos valores de referência. Os achados evidenciam alterações
bioquímicas compatíveis com descontrole glicêmico e comprometimento da qualidade de
vida, reforçando a necessidade de abordagens integrais e interdisciplinares no manejo clínico
do DM2.
Palavras-chave: controle glicêmico; estresse psicológico; qualidade de vida.