Fatores Determinantes ao Adoecimento de Docentes Universitários
Saúde Mental. Professores. Universidade.
Os transtornos mentais estão entre os principais problemas de saúde que afetam os docentes. Apesar de não serem eventos com impacto mais direto na mortalidade, podem levar a incapacitações graves e definitivas, acarretando redução da qualidade de vida dos indivíduos. Na educação superior, com a exigência de dedicação do docente em atividades como ensino, pesquisa e extensão a “tríade universitária”, a produção de conhecimento de forma acelerada, o acolhimento de estudantes e as atividades administrativas e de controle educacional são situações que se acumulam em sua rotina, afetando de forma considerável sua qualidade de vida, em especial a sua saúde mental. O estudo teve como objetivo identificar os fatores determinantes para o adoecimento mental dos docentes universitários do estado do Amapá. Métodos: trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, teve como população de estudo 64 docentes universitários de Instituições de Ensino Superior do Amapá públicas e privadas. Foram utilizados para coleta dos dados três instrumentos, sendo um questionário sociodemográfico e outros dois instrumentos validados o Self Report Questionnaire - SRQ20 e o Patient Health Questionnaire PHQ9. A coleta de dados foi via e-mail, com envio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e dos questionários pela plataforma Google forms. A análise dos dados ocorreu por meio de estatística descritiva, onde foram realizadas análises univariadas, bivariadas e multivariadas. Inicialmente ocorreu a caracterização da população investigada, *Dados obrigatórios para cadastro no sistema. estimando-se as frequências relativa e absoluta de cada variável estudada. Investigada a presença de associação positiva entre as variáveis por meio da razão de chance [odds ratio (OR)] e risco relativo (RR) e posterior análise inferencial por meio do software estatístico gratuito JAMOVI versão 2.3.28.0. Foi utilizado nível de significância de 5%. Resultados iniciais: a maioria era do sexo feminino (50,8%), casados (40%), solteiros (32,3%), com filhos (69,2%) e provenientes de outro estado (69,2%), com média de idade de 43,0 (mínima 25 e máxima 66). A faixa etárias mais prevalente foi entre 35 e 44 anos (33%). A prevalência de Transtornos Mentais Comuns encontradas neste estudo foi de 58,5% e de sintomatologia depressiva de 24,6%. Observou-se associação estatisticamente significante de TMC ao sexo, sentimento de desgaste na relação com os outros docentes e sentimento de sobrecarga. Elevada prevalência de TMC foi observada entre os docentes participantes do estudo reforçando a necessidade de ações de intervenção e do olhar atento sobre a saúde mental destes profissionais.