PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE CASOS NOTIFICADOS DO VÍRUS
MAYARO NO ESTADO DO PARÁ
Palavras-chave: febre Mayaro. zoonótica. endêmica. saúde pública.
A Febre do vírus Mayaro é considerada zoonótica endêmica em florestas tropicais
úmidas da Região Amazônica. Nessa tem ocorrido frequentemente surtos da doença
ao longo dos anos, então, tendo em vista a magnitude da doença como importante
problema de saúde pública e sua elevada prevalência na Amazônia, torna-se
imprescindível o conhecimento das suas características. Nesse sentido, o objetivo
desse estudo é traçar o perfil epidemiológico e clínico de casos notificados do vírus
Mayaro no Estado do Pará. Para esse fim, foram utilizados dados do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação, que estão disponíveis para download no site
do DATASUS, os dados foram baixados em formato CSV e organizados no Excel,
posteriormente, esses dados foram inseridos no Software SPSS (21.0). para as
devidas análises estatísticas. A análise descritiva, foi realizada por meio de números
absolutos (N) e percentuais (%), para as variáveis categóricas. A apresentação será
feita por meio de tabelas de distribuição e frequências, bem como gráficos. A análise
da significância das possíveis associações entre características epidemiológicas e
variáveis de risco foi feita com o Teste do Qui-Quadrado. Foi adotado o nível de
significância de 5% para os testes realizados. Dentre os resultados, quanto ao perfil
epidemiológico dos participantes houve predomínio mulheres, em idade
economicamente ativa, pardas, residentes em áreas urbanas e atividades laborais
relacionadas ao trabalho doméstico ou ao cuidado do lar, mostrando as variações do
perfil epidemiológico os notificados de Febre Mayaro. Dentre os sintomas mais
frequentes estão: a febre, cefaleia, mialgia e dor retro orbital. Cuja coinfecção com
dengue é de 60,61% do total de casos. Verifica-se ainda não existir associação
estatisticamente significativa (p-valor > 0,05), entre gênero e local de residência com
histórico de doença, todavia, os pacientes masculinos são os que apresentam maior
(9,09%) histórico de doença pregressa, podendo-se também verificar que somente os
pacientes que residem em áreas urbanas que apresentam esse histórico. Em
contrapartida existe associação estatisticamente significativa (p-valor = 0,007; p-valor
= 0,053), entre gênero e faixa etária com a coinfecção com Dengue, as mulheres são
as que apresentam maior prevalência (30,30%) de coinfecção, podendo-se também
verificar que a faixa etária de 20 a 39 anos, apresentou maior (21,21%) possibilidade
de coinfecção, em relação aos homens (9,09%). No entanto, o local de residência não
tem relação com a coinfecção (p-valor = 0530). Conclui-se, portanto, que a Febre
Mayaro é um novo arbovírus que vem ocorrendo em ambientes urbanos e, portanto,
uma ameaça potencial à saúde pública. Devido à falta de investimento na pesquisa
de arboviroses, faltam medidas epidemiológicas, virológicas e de controle vetorial,
principalmente quando há ameaça à saúde pública.
Palavras-chave: febre Mayaro. zoonótica. endêmica. saúde pública.