Georreferenciamento, epidemiologia e prevalência dos sintomas dos casos
de febre Chikungunya no Amapá, Brasil
Febre de chikungunya; Epidemiologia; Mapeamento geográfico; Arbovírus.
A febre Chikungunya apresenta alta incidência em diversas
regiões do Brasil, e a doença representa um desafio para a saúde pública, podendo
sobrecarregar os serviços de saúde e dificultar a realização e a continuidade das
atividades laborais dos doentes. Objetivo: analisar a distribuição espacial, a
epidemiologia e a prevalência dos sinais e sintomas dos casos de febre Chikungunya no
estado do Amapá. Método: trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e
transversal. A amostra incluiu pacientes confirmados e suspeitos de febre Chikungunya,
de ambos os sexos e sem restrição de idade, residentes no estado do Amapá, no período
de 2016 a 2021. Os dados quantitativos foram apresentados em tabelas de frequência,
com medidas de média, desvio padrão e porcentagens, adotando um intervalo de
confiança de 95%. Para a geração dos mapas de georreferenciamento, utilizou-se o
software Quantum Geographic Information System (QGIS). Resultados: Foram
incluídos 854 indivíduos, sendo 482 casos suspeitos e 372 confirmados. A média de
idade foi de 31,8 anos, com predominância do sexo feminino (55,7%) e 15% com
ensino médio. Febre, cefaleia, mialgia, dor nas costas e exantema foram os sintomas
mais comuns, e apenas 11,4% necessitaram internação. A forma aguda foi a
apresentação clínica mais frequente, e 56,8% dos casos foram autóctones. Registrou-se
um óbito por Chikungunya e três por outras causas. Entre os casos georreferenciados,
452 eram de Macapá, incluindo 264 suspeitos (59,6 casos/100 mil hab.) e 188
confirmados (42,4 casos/100 mil hab.), enquanto o município de Serra do Navio
registrou 92 casos, com 28 suspeitos (599,1 casos/100 mil hab.) e 64 confirmados
(1.369,5 casos/100 mil hab.). Conclusão: O predomínio de casos em mulheres em idade
produtiva, com baixa escolaridade e residentes em áreas urbanas, reflete maior
exposição ao vetor e falhas no controle vetorial. A baixa hospitalização e a evolução
favorável dos casos indicam desfechos clínicos positivos. Já a maior taxa de prevalência
no interior em relação à capital pode estar ligada a fatores populacionais,
socioeconômicos e ambientais, reforçando a necessidade de estratégias regionais de
controle e prevenção do Aedes aegypti.