A descentralização do cuidado de média complexidade de pessoas vivendo com
HIV para a Atenção Primária à Saúde na região metropolitana de Macapá
Descentralização. HIV. Atenção Primária à Saúde.
A infecção pelo HIV é um desafio global de saúde, com a meta da OMS de
erradicar a AIDS até 2030. Em 2023, cerca de 39,9 milhões de pessoas viviam
com HIV. No Brasil, a renovação das políticas de saúde visa reduzir a
transmissão do vírus e ampliar a adesão ao tratamento. A Atenção Primária à
Saúde (APS) desempenha um papel essencial nesse processo, promovendo
educação em saúde e garantindo o acesso ao tratamento. No entanto, desafios
como a alta rotatividade das equipes e a sobrecarga de trabalho ainda persistem.
Este estudo exploratório, descritivo e qualitativo foi realizado na área
metropolitana de Macapá, Amapá. Na primeira etapa, um levantamento
bibliográfico do tipo Estado da Arte analisou a descentralização do cuidado às
pessoas vivendo com HIV no Brasil. Na segunda etapa, foram conduzidas
entrevistas com 36 profissionais de saúde que atendem essa população em
quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS). A coleta de dados ocorreu entre
março e junho de 2024, com entrevistas gravadas, transcritas e analisadas no
software ATLAS.ti, resultando em três categorias de discussão. Os achados
revelaram que, apesar da implementação de testes rápidos e capacitações
pontuais, a descentralização do cuidado ainda enfrenta obstáculos como
estigma social, sobrecarga nas UBS, escassez de profissionais capacitados,
falta de recursos, descontinuidade no acompanhamento pós-diagnóstico e
evasão dos serviços. As categorias emergentes foram: Como a descentralização
do cuidado às pessoas vivendo com HIV é apresentada aos profissionais no
Amapá; Principais dificuldades do processo de descentralização; e Estratégias
para a consolidação da descentralização do cuidado. A alta rotatividade de
profissionais nas UBS de Macapá foi uma limitação da pesquisa. Diante disso, é
essencial a implementação de capacitações contínuas, suporte multiprofissional