A CANNABIS MEDICINAL E O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: IMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS E ALIMENTAR EM UM GRUPO DE CRIANÇAS EM MACAPÁ - AP
Palavras – chave: Cannabis medicinal; transtorno do espectro autista; seletividade alimentar.
O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do desenvolvimento cerebral multifatorial,
com uma forte base genética e abrange várias condições com fenótipos aparentemente
diferentes em 3 níveis de suporte. A OMS estima que uma em cada 100 crianças é diagnosticada
com TEA em todo o mundo e que há uma prevalência maior em meninos que meninas, numa
proporção de 3:1 atualmente. Estudos mostram que além de alterações de cognição,
manifestações comportamentais e dificuldades na comunicação, uma variedade de disfunções
e sintomas gastrintestinais como constipação intestinal, dor abdominal, diarréia, gases e
vômitos podem apresentar uma prevalência bem variável (de 9 a 90%) nas crianças com TEA
se comparados a crianças neurotípicas. Além disso, crianças com TEA tem cinco vezes mais
probabilidade de desenvolver dificuldades alimentares associadas à seletividade alimentar do
que crianças sem TEA. Nesse contexto, o óleo de Cannabis medicinal vem sendo amplamente
utilizado como acessório terapêutico no manejo do autismo e suas comorbidades no Brasil. Ele
tem como principais componentes os canabinóides Δ9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC) e o
Canabidiol (CBD). Diante disso, buscou-se verificar a eficácia do uso do óleo de Cannabis por
pacientes pediátricos de 3 a 10 anos de idade com autismo na cidade de Macapá e região - Ap,
com os seguintes objetivos: acompanhar alterações comportamentais e quanto a seletividade
alimentar, correlacionar sintomas gastrointestinais com um possível quadro de inflamação
intestinal e à gravidade do autismo, bem como caracterizar o perfil nutricional da população
estudada. Método: questionários estruturados e escalas alimentares aplicados em 3 momentos,
antes do uso do óleo, 3 e 6 meses após. Resultados parciais: 70% da amostra foi composta por
meninos e 30% por meninas, sendo 40% desses com diagnóstico nutricional adequado para
idade. As crianças do estudo estão usando 3 tipos de óleo, sendo todos com CBD: amplo
espectro, espectro total e CBD isolado. Entre os fatores relacionados à alimentação,
comportamentos rígidos e inadequados tiveram média maior para crianças menores de 6 anos,
e dentre todas as crianças, o responsável relatou a presença de seletividade alimentar para a
maioria. Conclusões iniciais: observou-se que apesar de poucos relatos de distúrbios ou
sintomas gastrointestinais do público estudado, a maioria apresenta seletividade alimentar, com
diferença de comportamento inadequado relacionado à alimentação entre as faixas etárias, fato
este que será acompanhado ao longo dos meses com o uso do óleo de Cannabis medicinal.
Palavras – chave: Cannabis medicinal; transtorno do espectro autista; seletividade alimentar.