RELAÇÃO ENTRE RESILIÊNCIA E QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS QUILOMBOLAS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL
Palavras-chaves: Resiliência; Qualidade de Vida; Hipertensão Arterial; Quilombolas.
IIntrodução: A literatura evidencia entre os fatores de risco para adoecer com hipertensão arterial a condição cor da pele, etnia, a ausência de equidade para acessibilidade aos serviços de saúde e desigualdade econômica como fragilidades social e de saúde associada a característica étnico-racial. Os construtos resiliência e qualidade de vida (QV) de pessoas quilombolas com hipertensão arterial, é o objeto do estudo em questão, partindo do entendimento, de possíveis relações entre os construtos, acredita-se que a etnia e a condição crônica configuram adversidades que requerem análises. Objetivo geral: Identificar a relação entre resiliência e qualidade de vida de pessoas quilombolas adultas e idosas com Hipertensão Arterial. Material e Métodos: estudo transversal, com adultos e idosos de ambos os sexos, residentes nas comunidades quilombolas da Ressaca da Pedreira, Abacate da Pedreira e Santo Antônio da Pedreira, Macapá/AP, Brasil, cadastrados na Estratégia Saúde da Família 033. Aplicado para idosos o Mini Exame do Estado Mental, para avaliar a capacidade cognitiva do idoso em participar do estudo; a escala de Resiliência de ConnorDavidson; Mini Questionário de Qualidade de Vida em Hipertensão Arterial. As variáveis dependentes foram resiliência e qualidade de vida e as independentes perfil sociodemográfico, clínica, hábitos de vida e antropométricas. Foi realizada análise estatística descritiva média e desvio-padrão para as variáveis quantitativas e frequências absolutas (n) e relativas (%) para as variáveis categóricas. Na estatística inferencial foram realizados os testes Correlação de Spearman®, para o estudo da correlação entre os escores dos instrumentos para avaliação da qualidade de vida e da resiliência e destes com outras variáveis pelo menos ordinais; teste Mann-Whitney, para a comparação dos escores da qualidade de vida e de resiliência quanto a variáveis categóricas com duas categorias; teste de Kruskal-Wallis, para a comparação dos escores da qualidade de vida e de resiliência quanto a variáveis categóricas com três ou mais categorias. Resultados: A amostra incluiu 74 pessoas dos quilombos Santo Antônio da Pedreira (n=31, 41,9%), de Abacate da Pedreira (n=21, 28,4%) e Ressaca da Pedreira (n=22, 29,7%). 63,5% sexo feminino, média de idade 63,3(±13,7), 37,8% casados, 33,8% ensino fundamental incompleto, 56.8% 1 a 3 salários mínimos. 45,9% ex-tabagistas, 79,7% não pratica atividade física. 51,4% com diagnóstico de hipertensão há mais de 10 anos; média de índice massa corpora 29,48 (±8,33), maioria não tem diabetes (78,4%) e nem obesidade (68,9%). Em relação a resiliência o escore global da amostra apresentou média 82,3(±17,7) razoavelmente alta, o escore global significativo para boa qualidade de vida cuja média de 8,4 (±6,6). Houve correlação entre Resiliência e Qualidade de Vida (R=- 0,469, p< 0,001). Conclusão: constata-se que há relação entre resiliência e qualidade de vida entre as pessoas quilombolas com hipertensão nas comunidades estudadas, indicando que níveis mais altos da resiliência estão associados a níveis mais altos de qualidade de vida. Palavras-chaves: Resiliência; Qualidade de Vida; Hipertensão Arterial; Quilombolas.